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Mostrando postagens de maio, 2011

Nostalgia

Todas as épocas passadas sempre são melhores que as presentes e nunca se compararão com as futuras.

Desabrochar

Para algumas flores é fácil desabrochar, outras morrem na eterna forma de um humilde botão e existem ainda aquelas sementes que lhe és negada até mesmo a mísera chance de germinar.

Incógnitas

Gosto de incógnitas por elas serem tão misteriosas. Números que se escondem atrás de letras.

A tristeza do bufão...

As lágrimas do bobo da corte são doces, pois ele ri quando chora, mesmo assim elas também são salgadas como qualquer outra lágrima. PS: Meio desanimado, peço perdão logo aos blogs que não ando visitando... ^^

Refração

Tive um pesadelo, um dos mais estranhos... você estava nele. Sabe aqueles sonhos que você não sabe como começa ou termina e que você só lembra trechos? Então, meu pesadelo foi assim. Acho que o começo foi uma parte em que éramos como um corvo e um lince "brincando" um com o outro, foi uma das partes mais confusas, por que às vezes a coisa ficava em terceira pessoa (eu via a mim mesmo), às vezes eu via tudo em primeira pessoa, como eu mesmo, e às vezes eu via como se fosse você (ou talvez fosse eu discutindo comigo mesmo, não sei). Em momentos eu era o lince e você o corvo, em outros momentos os papéis se invertiam, nas piores partes nossos rostos humanos apareciam nos corpos animais. Só teve uma parte agradável em que você ficou mais humana, apenas com traços animais (do lince), toda ferina, toda esguia e arisca... Não gostava de você como corvo, dava medo. Também lembro de uma viagem que fazíamos de carro, parecíamos recém casados em espécie de lua de mel, mas sempre que eu

Em busca de sonhos...

Resolvi ficar uns dias sem postar, tenho pensado e repensado tanto na vida quanto no que eu poderia colocar por aqui e não tenho tido muita idéia do que escrever... até ontem. Ontem eu estava fuçando minha conta no site do "Recanto das Letras" e vendo se tinha algum escrito que eu deixei de por lá, fui ver se tinha recebido mais comentários e lá estava mais uns dois comentários no escrito "Pequenas Crônicas - Sonhos". Esclarecendo que em 2009 eu tinha começado uma espécie de projeto solitário que eu nomeei de "Pequenas Crônicas de um Escritor Amador", nome vasto e carismático. As crônicas raro passavam de 4 parágrafos curtos de no máximo 4 linhas cada (alguns tinham muito menos que isso) e contavam com reflexões bobas do dia a dia. Nenhuma das "pequenas crônicas" tinham título, no lugar disso o que as distinguiam era a data de quando eu tive a idéia pra "pequena crônica". Escrevi por um ou dois meses dias sim e dias não até que a inspir

Resposta

Ele estava sozinho e fazia tempos que não ficava sozinho em casa. Não era por que ninguém o deixava em paz, mas por que ele não gostava de ficar em paz. No passado era um depressivo solitário, mas conseguira superar a dor da solidão com o amor familiar. Casara com uma linda mulher e tinha bons filhos, davam problemas de vez em quando como qualquer bom filho, mas eram sua alegria sempre. Os amava acima de tudo e cada um na família a complementava. Também teve a sorte de poucos e conseguira casar com o amor de sua vida. Sua mulher havia conseguido um emprego recentemente e com seus filhos agora mais velhos e estudando em tempo integral, alguns horários durante a noite ele ficaria sozinho. Ficava perguntando se iria ter que combater seus demônios como antigamente, se eles voltariam a lhe atormentar e se aquilo definharia de novo sua vida. Agora se olhava frente a um espelho, nos próprios olhos, e sentia suas velhas amigas vindo lhe atormentar. No reflexo de suas próprias pupilas ele começ

O Recheio

(Olha só isso... faz um bom tempo que eu não escrevo um conto, mais ainda um com personagem principal feminina. É curto, simples, porém direto. Adorei escrevê-lo, mas não o li, nem lerei tão cedo, porém espero que você, seja quem for, leia e goste.) O dia estava vazio. Ela estava vazia. Tudo parecia sem graça e sem vida, parecia que estava tendo uma de suas recaídas. Malditos acontecimentos inesperados que nos pegam por trás, pela frente e lados e nos deixam sem reação. "Vou fazer bolo de fubá!" - só sua mãe sabia como ela amava, era um bolo tão simples que caia no esquecimento até dela mesma. Não era fã daqueles muito enfeitados com glassê nas bordas e recheio trufado. Como era gulosa usava um pouco a mais do que o normal das receitas de sua mãe e avó. Punha às vezes um ou dois ovos e meia ou uma xícara a mais de açúcar, farinha, fubá e leite, mas tudo sempre medido pra que nada desandasse. Possuía até um tabuleiro bem fundo pra essas suas receitas exageradas, por que com el

Cotidiano

Já está na hora do almoço. Não no meu horário de almoço, pois meus horários são desregulados e eu almoço lá pelas quatro da tarde. Deve ser meio-dia agora... Não tenho certeza, preguiça de olhar o relógio. Pelo menos essa parte do dia está com ares de meio-dia. O silêncio quase prevalece sobre a vizinhança, ouço ruídos distantes de talheres e água. Palavras quase inaudíveis são proferidas em alguma casa vizinha, lembram os burburinhos de um fim de almoço... Ou seria do início? Tenho quase certeza de que é meio-dia, o sol parece já ter percorrido metade de seu caminho diário. Não é preciso ser um gênio para conseguir perceber uma coisa dessas, uma boa intuição e um olhar observador já bastam... Estou sentado no sofá velho da casa de meu avô, um sofá preto e todo rasgado. Sofá de mola - dá pra acreditar? Parece que estou sentado numa espécie de “elo perdido”... Não uso camisa. Não que esteja fazendo calor, mas é bom sentir a brisa que vêm da porta. Fico recurvado sobre o caderno que está

Vida que Segue

O tempo absorto absorve a vida. A vida obtusa corre com o dia. Tempo corre, morre a vida. Vida foge, morre o dia. Tenta se aproveitar tudo, sorver cada segundo. Não há fuga, não há meios. A morte é o fim, a saída. A luta já está perdida. ----- Nota: outra velharia. =)

Sussurros ao Vento

Pois é, meu amigo, aconteceu aquilo... Deixei levar sentimentos que não estavam lá. Agora estou aqui, perdido. Pedindo ajuda de algo indefinido. Sim, sim. Você avisou. Sempre avisa, mas nunca ouvi. É difícil pra mim aceitar argumentos guiados pelo "sentir". Agora eu que sinto, minhas chances esvaindo, meu amor elucidado, a esperança... destruída. Eu sei, eu sei, irmão... Talvez esteja errado. O medo me domina nessa sina de indecisão. Amo? Não amo? Verdade, irmão... Ambos. Maldito medo que me martiriza... Mescla-se na alma como um verme imortal. Só me resta enfrentá-lo. Encarar a possível perda de um amor que no fundo eu nunca tivera... Até mais irmão. E obrigado.

Criatura

(Nota: Ando tão nostálgico que não consigo pensar em nada mais pra postar além de textos antigos... Então, esse foi meu primeiro conto. Da mesma época depressiva que escrevi a poesia do post anterior. Pode ser um pouco "pesado", mas a intenção era essa mesma... Ah, da pra notar que minha escrita ainda precisava evoluir na época.) Um jovem em sua casa pensava na vida simples, comodista e patética que sempre havia levado. Como queria ele que todo aquele tédio acabasse, toda sua vida mudasse, que alguém pudesse lhe estender a mão e levá-lo frente às portas da liberdade, para fora daquele apartamento imundo, daquela vida repugnante. Inevitavelmente tudo o que conseguia sentir era um desânimo crescente. Ao seu lado um pote de remédios sem rótulo e um copo úmido jaziam abandonados. Ambos vazios.

Sofrimento

Tenho vontade de morrer, pular de um abismo só para não sofrer. A verdade é o que digo, o que me dói no coração. Seus olhos são só dele, ela é minha maldição. Ambos são, somente, a faca que penetra fundo meu coração. O sangue escorre pelo peito, encharca minha camisa. Abro os olhos e vejo a verdade: Não há faca, sangue, ninguém. Somente eu e a solidão. ----- Aí está a poesia mais antiga que eu tenho. Fiz em meio à uma pré-adolescência conturbada e depressiva (nota-se, não?). O curioso é que eu não lembro bem de estar realmente apaixonado por alguém na época. Lembro de uma Mariana (ou seria uma Ana Paula?), mas o sentimento não era assim tão forte. Parece que meu velho (ou seria novo?) eu já tinha as características dramáticas e exageradas do meu novo (ou seria velho?) eu...

Autopsicografia

O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Fernando Pessoa ----- Eu não ia acrescentar umas notas adicionais... mas não resisti e to aqui editando a postagem. Amo Fernando Pessoa e me simpatizo/familiarizo com ele tanto quanto com meu amado Quintana (que é quase um segundo pai pra mim, apesar de nunca tê-lo conhecido). Essa poesia do Pessoa são definitivamente meus pensamentos e minha pessoa muito bem descritos, principalmente nos quatro primeiros versos. Enfim... eu precisava me encontrar de novo nesses versos, por que me perco com facilidade. Só isso. Abraços.